sábado, junho 14, 2008

Reportagem de Matemática

A chei muito boa esta reportagem e quiz dividir com os colega.

Posts recentes Reflexões sobre o programa Matemática é D+
por Priscila Monteiro
Formadora
05/06/2008 - 18:05


As crianças da 2ª série mostram o que aprenderam

Para que as crianças avancem nas estratégias de cálculo mental, por um lado, precisamos realizar um trabalho, lento e detalhado, de reflexão coletiva sobre os cálculos, apoiado na comparação das diferentes estratégias utilizadas pelas crianças para resolver um mesmo problema.
Por outro lado, é necessário que, a partir do uso, as crianças construam um repertório de cálculos de memória que sirva de apoio para resolver novos cálculos.
Ao propor atividades voltadas para a memorização de resultados, nós professores podemos contar com diversos trabalhos sobre a memória. A equipe ERMEL – equipe de didática da matemática pertencente ao Institut Nacional de Recherche Pédagogique na França, sugere que consideremos alguns aspectos fundamentais:
- o modo como se memorizou influi na capacidade de recuperação de resultados;- se memoriza melhor o que se compreendeu, o que tem sentido e interesse para ele;- se memoriza melhor um conjunto de elementos estruturados entre si do que um conjunto de elementos isolados.
Levando em conta essas características, pensei num problema para ajudar as crianças a refletir sobre a relação entre os resultados de algumas multiplicações.
Coloquei na lousa o seguinte enunciado:
Tenho 12 lápis e alguns estojos. Quantos estojos e quantos lápis posso ter? Só há uma possibilidade para organizar os lápis ou existe mais de uma?
Assim que coloquei o problema na lousa Daiane perguntou:
“Priscila eu preciso saber uma coisa... precisa ter a mesma quantidade de lápis em cada estojo ou pode ter quantidades diferentes?”Na mesma hora me dei conta que com esse enunciado as crianças iriam pensar sobre resultados da adição, e não da multiplicação. Pedi desculpas ao grupo e tratei de ajustar o enunciado. Então foi a vez da Luana perguntar:
“Pode sobrar lápis fora do estojo ou preciso guardar todos?”Pude constatar que as crianças da 2ª série já se apropriaram de um procedimento importante: antes de iniciar a resolução de um problema, analisam o enunciado para decidir quais são os recursos pertinentes para sua resolução.
Depois de discutir o enunciado e garantir que todos o compreendessem, as crianças partiram para o trabalho em duplas. Como de costume, a diversidade de estratégias esteve presente e assim que as duplas finalizaram o trabalho propus uma sistematização coletiva. Algumas crianças forma à lousa explicar como chegaram ao resultado e eu fui anotando numa tabela as diferentes possibilidades de organização dos lápis nos estojos.
No final da aula, Letícia pediu a cadeira da professora Leila emprestada: “É para eu alcançar na lousa...”. Subiu na cadeira e apontando para a tabela observou: “Olha só, na verdade, só tem duas contas... essa (com o giz ligou 2x6 e 6x2) e essa (dessa vez ligou o 3x4 e o 4x3). Letícia observou a comutatividade da multiplicação, propriedade que num primeiro momento não é óbvia, pois trata-se da quantidade de estojos e de lápis em cada estojo. A organização das possibilidades encontradas pelas crianças em tabela foi essencial para que Letícia e seus colegas pudessem tomar consciência das semelhanças e diferenças entre as diferentes possibilidades e chegar a essa conclusão.Para saber mais sobre o papel da memorização de resultados no processo de evolução dos procedimentos de cálculo das crianças, recomendo a leitura do texto: Los niños, los maestros y los números: desarrollo curricular. 1° y 2° grados de 1992, disponível no site da
cidade de de Buenos Aires.Parte dele está traduzida e consta como anexo da pauta da reunião de coordenadores pedagógicos do dia 12 de maio. Vale a pena dar uma olhada!

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As crianças da 2ª série mostram o que aprenderam
Da resolução de problemas à construção de saberes
Algumas possibilidades para o ensino da divisão
Primeiros encontros de 2008

2 comentários:

Beatriz disse...

Roselana, que legal!! Interessante a troca entre professor e alunos e o qto a troca intervém com novas possibilidades no caminho que o professor traçou. Notas que o professor podeser bem mais unidirecional e enxerga muitas vezes menos possibilidades de caminos para uma mesma chegada que seus alunos. Gostei tb da identificação da fonte.Estás uma legitima blogueira e se mostrando uma excelente profissional.
Teu portfólio terá que estar a altura do teu crescimento!!
Um abração
Bea

Daniela Hoffmann disse...

Roselana,
se nos permitimos conversar com nossos alunos e buscamos entender o que e de que forma eles pensam, nos surpreendemos e nos divertimos com o que eles dizem.
:o)
Infelizmente, nem sempre temos chance de ouvi-los e de aproveitar o que eles pensam e acabamos sobrepondo nossos conteúdos e algoritmos aos pensamentos deles.
:o/ Essa situação contada aqui devia ser comum em nossas salas de aula e não o contrário..
Que possamos aprender sempre e mais com nossos alunos!
:oD
Grande [ ]