Para Maturana e Varela o mundo não é pré-dado, e o construímos ao longo de nossa interação. Para eles vivemos num mundo e por isso fazemos parte dele e que vivemos com os outros seres vivos, e, portanto, compartilhamos com eles o processo vital. Construímos o mundo em que vivemos ao longo de nossas vidas. Por sua vez, ele também nos constrói no decorrer dessa viagem comum. Assim, se vivemos e nos comportamos de um modo que torna insatisfatória nossa qualidade de vida, a responsabilidade cabe a nós, esse trecho foi retirado do livro "Árvore do Conhecimento" de Maturana e Varela, apresentado pela professora de psicologia Luciane Corte Real.
Como essa semana trabalhei com meus alunos a árvore geneológica achei de grande relevância este trecho do texto de Maturana, biólogo que fundou em Santiago, o Instituto de Formação Matriztica, um espaço relacional que favorece a ampliação de compreensão de todos os domínios de existência humana.
Percebi como alguns alunos têm dificuldades de falar sobre suas vidas. Assim como a maioria de meus colegas tenho alunos que não são criados pelos pais biológicos, por vários motivos: morte, separação, abandono, etc... Por isso ficam inibidos, então em vez de fazer relatos e expor suas vidas preferem representá-las através de desenhos. A aluna Jaqueline me disse que sua mãe foi embora para Santa Catarina e que mora com seu pai e sua avó. Enquanto falava notei que em seus olhos brotavam lágrimas, fiquei pensando o quanto era dolorido para ela falar sobre o assunto. Então percebi o quanto é importante conhecer nosso o aluno para entender o por quê as vezes não conseguem acompanhar o restante da turma, choram atoa ou apresentam atitudes agressivas. Outro caso é o do Mateus, criado por uma tia. Ele disse ter perdido seus pais em um acidente, mas também não deu detalhes, falou que odeia amor e carinho e não gosta da cor vermelha.
O Luis Henrique mora com a avó e a mãe, mas avó é quem é responsável pelo aluno, pois sua mãe quando aparece na escola está sempre sob o efeito de drogas. É muito agressiva e não gosto de falar com ela sobre o seu filho, bate muito nele Já consegui ganhar a confiança desses alunos, aos poucos vão se abrindo comigo e mesmo sedo tão pequenos e sofridos conseguiram realizar a atividade proposta.
2 comentários:
Olá Roselana!
Realmente como é importante termos este tempo e espaço para conhecermos melhor o nosso aluno e para podermos compreender muitas vezes as suas atitudes em sala de aula.
Este conhecer nos questiona muito e nos faz refletir a situação destes alunos quando chegam ao quinto ano e por sua vez ficam dos mais perdidos com tantos professores e cada um trazendo o seu jeito de ensinar a aprender, onde no meu olhar estes alunos não serão mais conhecidos pelos seus novos professores e muitas vezes o aprendizado fica meio prejudicado.
Quando você cita que está refletindo a formação da árvore genealógica com seus alunos, sempre encontrei dificuldades em trabalhar datas comemorativas que fizemos em nossas escolas, como por exemplo, o dia dos pais e das mamães, daí a importância de sempre fazermos o resgate do valor da família em nossa sociedade.
Roselana querida, a questão identidade e árvores genealógicas são assuntos bem delicados mesmo. Tens toda a razão. Gostei de buscares em Maturana a tua base teórica para tentar trabalhar a melhor maneira esses conceitos. Valeu!! Um abraço
Bea
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